Pessoas trans na porta de entrada do sistema prisional do Rio de Janeiro: notas cartográficas a partir do Serviço de Atendimento à Pessoa Custodiada
Palabras clave:
Audiência de custódia, Transexualidade, Sistema PrisionalResumen
A partir de una investigación-intervención realizada en la Central de Audiencias de Custodia de Benfica, este artículo presenta algunas notas acerca de las principales demandas sociales y personales de personas trans custodiadas en el estado de Río de Janeiro y reflexiones acerca de los modos en los que la transfobia opera mecanismos de incremento del poder punitivo del Estado. Realizando una cartografía del Servicio de Asistencia a la Persona Custodiada (APEC) en la modalidad previa a las audiencias de custodia, analizamos cómo las dinámicas de alocación de las personas trans en el sistema carcelario se articulan a prácticas de violencia estatal a través de discursos pautados por la dimensión biológica del sexo y presentamos datos sobre el perfil de las personas trans custodiadas asistidas por el servicio que que señalan la existencia de vulnerabilidades aumentadas en las intersecciones de género, raza y clase en el contexto del sistema de justicia criminal.
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