Visitas Técnicas em Prisões, Preconceitos e Estigmas:

descobrindo as gaiolas que nos prendem

Autores

  • Arlindo Lourenço Universidade Sagrado Coração (USC)
  • Cristiane Universidade Federal de São Paulo
  • Carlos Eduardo Associação para Profissionalização, Orientação e Integração do Excepcional (APOIE)
  • Fernanda Universidade Nove de Julho - UNINOVE
  • Samanta Universidade Nove de Julho
  • Thárcila Universidade Nove de Julho

DOI:

https://doi.org/10.1234/rbep.v2i1.339

Palavras-chave:

Prisões, Preconceito, Crítica social

Resumo

Este artigo trata das experiências de um grupo de estudantes da graduação em Psicologia quando desenvolveu pesquisa de Iniciação Científica em 2017, sobre os estigmas e os preconceitos relacionados à vida no cárcere, em visita à instituição. A instituição prisional deixa sua marca de exclusão nas pessoas encarceradas, que são percebidas como à margem da sociedade, refugos humanos e dejetos sociais. Os efeitos funestos do aprisionamento não estão circunscritos às pessoas que cumprem penas de prisão, mas são extensivos aos funcionários, seus familiares e à própria sociedade. O resultado das experiências de visita à prisão possibilitou descrições objetivas e reais sobre o cárcere, seu impacto nas pessoas e o papel contraditório de uma instituição que visa intimidar e punir, mais que reintegrar. Ressalta-se a importância de adentrar o cárcere para compreender e ampliar as sensibilidades psicossociais às demandas que estão relacionadas a este ambiente paradoxal e possibilitar o desenvolvimento de uma visão ético-crítica, social e política.

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Biografia do Autor

Cristiane, Universidade Federal de São Paulo

Psicóloga colaboradora do Projeto de Extensão e Cultura Veredas - Psicanálise e Imigração, do IP-USP. Psicanalista. Tradutora e Intérprete. Mestranda em Psicologia na Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista.

https://orcid.org/0000-0003-0494-5696

Carlos Eduardo, Associação para Profissionalização, Orientação e Integração do Excepcional (APOIE)

Graduado em Psicologia, pós-graduando em saúde pública, atua no terceiro setor com adultos e idosos, deficientes intelectuais, e como psicoterapeuta.

https://orcid.org/0000-0003-3307-4455

Fernanda, Universidade Nove de Julho - UNINOVE

Psicóloga em percurso psicanalítico. O mergulho no sofrimento humano é rotina. Entusiasta da poesia. Costuma dizer que escreve bem e lê melhor ainda.

https://orcid.org/0000-0001-8171-6606

Samanta, Universidade Nove de Julho

Psicóloga, bacharel em História, professora voluntária em presídio, em formação na especialização em TCC e atuante em outros projetos infanto-juvenil.

Thárcila, Universidade Nove de Julho

Graduada em psicologia. Aluna bolsista de Iniciação Científica no Laboratório de Psicologia Experimental da USP.

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Arquivos adicionais

Publicado

2021-04-08

Como Citar

Lourenço, A., Cruz, C., Borbolla, C., Carvalho, F., Buratto, S., & Oliveira, T. (2021). Visitas Técnicas em Prisões, Preconceitos e Estigmas: : descobrindo as gaiolas que nos prendem. REVISTA BRASILEIRA DE EXECUÇÃO PENAL, 2(1), 293–312. https://doi.org/10.1234/rbep.v2i1.339