Percepções Sociais sobre o Sistema Prisional Brasileiro:

um estudo quantitativo

Autores

  • Claudio Beato Filho Universidade Federal de Minas Gerais
  • Andrea Maria Silveira Universidade Federal de Minas Gerais
  • Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro Universidade Federal de Minas Gerais
  • Rafael Lacerda Siveira Rocha Universidade Federal de Minas Gerais
  • Rafaelle Lopes Souza Universidade Federal de Minas Gerais
  • Victor Neiva e Oliveira Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.1234/rbep.v1i1.139

Palavras-chave:

Prisões, Percepção pública sistema prisional, Punição e opinião pública

Resumo

Este paper  irá discutir a percepção dos entrevistados sobre o sistema prisional do país. Apresentará os resultados de pesquisa intitulada “Percepções sociais sobre o Sistema Prisional Brasileiro”realizada no segundo semestre de 2018 pelo Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (CRISP/UFMG). Via de regra, pesquisas efetuadas em outros contextos relatam a pouca familiaridade do público com o funcionamento do sistema prisional. Este estudo visa a suprir esta lacuna no Brasil.

Existe uma congruência em relação aos problemas que são mais centrais ao sistema. Superlotação e insalubridade passam a ser sinônimos do sistema. A percepção da opinião pública parece refletir esta percepção da degradação do sistema. Por outro lado, a consciência de que se trata de um sistema disfuncional e desestruturado é comum para os profissionais do sistema, bem como para o público. De uma forma geral, as pessoas que responderam ao surveynas Regiões Metropolitanas, tendem a ser menos punitivistas que os operadores do sistema, a julgar pelo rechaço em relação às penas mais duras como a de morte ou prisão perpétua.

 

Pesquisa financida pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudio Beato Filho, Universidade Federal de Minas Gerais

Coordenador CRISP Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da UFMG.

Andrea Maria Silveira, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Sociologia pela UFMG.

Pesquisadora CRISP Centro de Estudos em Crminalidade e Segurança Pública da UFMG

Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisadora CRISP Centro de Estudos em Crminalidade e Segurança Pública da UFMG

Rafael Lacerda Siveira Rocha, Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisador CRISP Centro de Estudos em Crminalidade e Segurança Pública da UFMG

Victor Neiva e Oliveira, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Sociologia UFMG.

Pesquisador CRISP Centro de Estudos em Crminalidade e Segurança Pública da UFMG

Referências

AHALT Cyrus ; HANEY Craig ; RIOS Sara; FOX, Matthew P ; FARABEE David; WILLIAMS Brie. Reducing the use and impact of solitary confinement in corrections International Journal of Prisoner Health, v.13(1), pp.41-48, 2017.

CARVALHO FILHO, Luiz F. A prisão. São Paulo: Publifolha, 2002.

CULLEN, Francis T.; FISHER, Bonnie S.; APPLEGATE, Braandon K. Public opinion about punishment and corrections.Crime and justice, v. 27, p. 1-79, 2000.

DATASENADO – Pesquisa de Opinião Pública Nacional – Violência no Brasil, 2007. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/datasenado/arquivos/violencia-no-brasil. Acesso em 03/04/2018

DEPEN, 2017. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. In http://depen.gov.br/DEPEN/noticias-1/noticias/infopen-levantamento-nacional-de-informacoes-penitenciarias-2016/relatorio_2016_22111.pdf

FELTRAN G. Irmãos: Uma história do PCC. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

FLANAGAN TJ.; CAULFIELD S L. Public opinion and prison policy: A review. The Prison Journal, v. 64, n. 2, p. 31-46, 1984.

FLANAGAN TJ.; LONGMIRE D R. Americans view crime and justice: a national public opinion survey. California: Sage, 1996.

FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO Pesquisa de Opinião: Segurança Pública, 2015. Disponível em: https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/sites/5/2015/04/lay-pesquisa-segurancapublica-ok.pdf. Acesso em 02/04/2018

GARLAND, D. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

GELB, K. (2008). More Myths and Misconceptions. Melbourne, Vic.: Sentencing Advisory Council. Retrieved from http://www.sentencingcouncil.vic.gov.au/publications/more-myths-and-misconceptions

HOUGH M, AND ROBERTS JV. 1998. "Sentencing Trends in Britain: Public Knowledge and Public Opinion." Punishment and Society 1:11-26. 1999.

IDDD 2018: Crise prisional não superada. Disponível em: http://www.iddd.org.br/index.php/2018/02/06/2018-crise-prisional-nao-superada/. Acesso em 20/12/2018.

INFOPEN Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias: INFOPEN Atualização junho de 2016. Santos T (org ) Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública, ,2017, 65 p.

LAPOP The political culture of democracy in the Americas 2016/2017, 2017 235p. Disponível em: https://www.vanderbilt.edu/lapop/ab2016/AB2016-17_Comparative_Report_English_V2_FINAL_090117_W.pdf. Acesso em: 20/12/2018

MASCHI T; RICHTER M Human Rights and Dignity Behind Bars: A Reflection on Death and Dying in World Prisons Journal of Correctional Health Care, v.23(1), pp.76-82, 2017.

O'GRADY J; MWABA P; ZUMLA A The health of prisoners The Lancet, v.377(9782), pp.2001-2001, 2011.

PAIXÃO, AL Recuperar ou Punir? Como o Estado trata o criminoso. São Paulo: Cortez, 1991.

SELLTIZ, C., JAHODA, M., DEUTSCH, M., & COOK, S. W. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1995.

RICH J; WOHL D; BECKWITH C ; SPAULDING A; LEPP N; BAILLARGEON J; GARDNER, A; AVERY A; ALTICE F; SPRINGER S. HIV-Related Research in Correctional Populations: Now is the Time Current HIV/AIDS Reports, v.8(4), pp.288-296, 2011.

ROBERTS J V, HOUGH M Sentencing Trend in Britain. Punishment & Society v.1, n.1 p 11-26, 1999.

ROTH L, Public opinion on sentencing: recent research in Australia, e-brief NSW Parliamentary Research Service 2014. Disponível em: https://www.parliament.nsw.gov.au/researchpapers/Documents/public-opinion-on-sentencing-recent-research-in-/public%20opinion%20on%20sentencing.pdf

TELLES VS. Prospectando a cidade a partir de suas margens, notas inconclusas sobre uma experiência etnográfica. Contemporânea. v.3n.2 p.359-373, 2013.

TONRY M. Unthought thoughts: The influence of changing sensibilities on penal policies. Punishment & Society, v. 3, n. 1, p. 167-181, 2001.

TONRY M. Thinking about crime: Sense and sensibility in American penal culture. Oxford University Press, 2004.

TOVAR MC, GONZALEZ J AM. Percepciones Sociales de Los Centros Penitenciários Y las Penas de Prisón. Boletín Criminologico. N.105, 2008. Disponível em: <http://www.boletincriminologico.uma.es/boletines/105.pdf>. Acesso em: 4 de abril de 2018.

VAN DEN BERGH B; GATHERER A; FRASER A; MOLLER L Imprisonment and women's health: concerns about gender sensitivity, human rights and public health World Health Organization. Bulletin of the World Health Organization, v.89(9), pp.689-94, 2011.

WACQUANT L. As prisões da miséria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

WOZNIAK K H. American Public Opinion About Prisons Criminal Justice Review 2014, Vol. 39(3) 305-324

Arquivos adicionais

Publicado

2020-02-10

Como Citar

Beato Filho, C., Maria Silveira, A., Mendonça Lopes Ribeiro, L., Lacerda Siveira Rocha, R., Lopes Souza, R. ., & Neiva e Oliveira, V. (2020). Percepções Sociais sobre o Sistema Prisional Brasileiro:: um estudo quantitativo. REVISTA BRASILEIRA DE EXECUÇÃO PENAL - RBEP, 1(1), 279–305. https://doi.org/10.1234/rbep.v1i1.139