A possível aplicação da “Comvict Criminology” nas prisões brasileiras

Auteurs

  • Victoria de Tolledo Embaixada da França

Mots-clés :

sistema carcerário, etnografia, Convict Criminology

Résumé

Este artigo investiga a viabilidade da aplicação da Convict Criminology, um modelo etnográfico de criminologia crítica centrado na perspectiva dos detentos, nas instituições penitenciárias brasileiras. A justificativa para tal pesquisa reside nos graves desafios enfrentados pelo sistema penitenciário do Brasil, frequentemente abordados através de políticas penais que enfatizam o endurecimento, muitas vezes concebidas por indivíduos distantes da realidade prisional. O objetivo é compreender as potenciais alterações nas políticas penais propostas pelos próprios detentos, por meio de um contato direto e imersivo com suas experiências. A metodologia adotada baseia-se em uma análise bibliográfica abrangente, fundamentada em autores renomados, como Jeffrey Ross, especialista em Convict Criminology, e críticos do sistema penitenciário, como Raúl Zaffaroni. O artigo almeja demonstrar que a inclusão da voz dos detentos ainda é incipiente na América do Sul, mas poderia gerar mudanças significativas na realidade carcerária brasileira, tornando o sistema mais equitativo e reformativo.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Victoria de Tolledo, Embaixada da França

Graduação em Direito. Mestrado em Política Criminal. Atua como Assessora Jurídica na Embaixada da França em Brasília e advogada na Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas. E-MAIL: victoriadetolledo@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5152-5056.

Références

AGRA, Candido.; KUHN, André. Somos todos criminosos? Lisboa: Casa das Letras, 2010.

ANIYAR DE CASTRO, Lola. Criminologia da Reação Social. Rio de Janeiro: Forense, 1983.

ARESTI, Andreas et al. Bridging the gap: Giving public voice to prisoners and former prisoners through research activism. Prison Service Journal, 2016, v. 224, p. 3-13.

ARESTI, Andreas; DARKE, Sacha. Twenty years of convict criminology: Developing Insider Perspectives in Research Activism. Journal of Prisoners on Prison, 2018, vol. 27, p. 3-16.

ARIAS VALENCIA, Maria. La triangulación metodológica: sus principios, alcances y limitaciones. Investigación y Educación en Enfermería, 2020, vol. 18, p. 13-26.

BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do direito penal. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2002.

BATISTA, Vera Malaguti. Introdução Crítica à Criminologia Brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2011.

BIONDI, Karina. Junto e misturado: Uma etnografia do PCC. São Paulo: Terceiro Nome, 2010.

BRAGA, Ana Grabriela et al. Abolindo desde dentro: as práticas do Grupo “Cárcere, Expressão e Liberdade” no movimento de resistência ao superencarceramento brasileiro. Boletim do IBCCRIM, 2019, v. 27, p. 36-38.

BRAGA, Ana Gabriela Mendes. Criminologia e prisão: caminhos e desafios da pesquisa empírica no campo prisional, Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2012, vol. 1, p. 46-62.

BRAGA, Ana Gabriela Mendes. Na prisão e contra ela: recusa e resistência. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2010, v. 22, p. 259-270.

BRAGA, Ana Gabriela Mendes; ANGOTTI, Bruna. O excesso disciplinar: da hipermaternidade à hipomaternidade no cárcere feminino brasileiro. SUR 22, 2015, vol.12, p. 229–239.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sistema de Informaçõesdo Departamento Penitenciário Nacional – Dez/2021. Brasília: 2021.

BRICH, Cecile. The Groupe d’information sur les prisons: The voice of prisoners? Or Foucault’s? Foucault Studies, 2008, vol. 5, p. 26-47.

CAREY, L. et al. What Are the Barriers to the Development Of Convict Criminology in Australia? Journal of Prisoners on Prisons, 2022, vol. 30, p. 77-96.

CHAMBLISS, William. Toward a political economy of crime. Theory and Society, 1975, vol. 2, p. 149-170.

DARKE, Sacha; GARCES, C. Surviving in the new mass carceral zone. Prison Service Journal, 2017, vol. 229, p. 2–9.

DAVIDSON, Howard. Prisoners on Prison Abolition. Journal of Prisoners on Prisons, 1988, vol. 1, p. 1-4.

DAVIS, Angela. Abolition Democracy. New York: Seven Stories Press, 2005.

DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? São Paulo: Bertrand Brasil, 2018.

DELEUZE, Gilles. L’Île déserte et autres textes, textes et entretiens 1953-1974. Paris: Éditions de Minuit, 2002.

DINIZ, Debora. Cadeia: relatos sobre mulheres. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

FOUCAULT, Michel. Dits et écrits. Paris: Quarto, 1978.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert. Michel Foucault. Uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. São Paulo: Forense Universitária, 1995, p. 1-20.

FRANKLIN, Bruce. The Victim and Criminal as Artist. Oxford: Oxford University Press, 1978.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

GAUCHER, Robert. The Prisoner as Ethnographer: The Journal of Prisoners on Prisons. Journal of Prisoners on Prisons, 1988, vol. 1, p. 49-61.

GAUCHER, Robert. Writing as Resistance: The Journal of Prisoners on Prison Anthology (1988-2002). Toronto: Canadian Scholars’ Press, 2002.

GOMES, Silvia; GRANJA, Rafaela. (Dis)trusted outsiders: conducting ethnographic research on prison settings. Etnográfica, 2021, vol. 25, p. 5-22.

DAVIDSON, Howard S. Prisoners on Prison Abolition. Journal of Prisoners on Prisons, 1988, vol .1, p. 1–4.

IRWIN, John. The Felon. Oakland: University of California Press, 1987.

JANVIER, Antoine. Le Groupe d’information sur les prisons: la philosophie politique à l’épreuve de l’événement. Revue de Europhilosophie, 2007, vol. 13, p.1-13.

JONES, Richard. Undercovering the hidden social world: Insider Research in prison. Journal of Contemporary Criminal Justice, 1995, vol. 11, p. 106-118.

JONES, Richard. The First Dime: A Decade of Convict Criminology, The Prison Journal, 2009, vol. 89, p. 151- 171.

KALICA, Elton. Convict Criminology and Abolitionism: Looking Towards a Horizon Without Prisons. Journal of Prisoners on Prisons, 2018, vol. 27(2), p. 91–107.

MATHIESEN, Thomas. The Politics of Abolition: Essays in Political Action Theory. London: Martin Robertson, 1974.

MAYORA, Marcelo. Criminologia cultural e rock. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.

QUINNEY, R. Critique of Legal Order in a Capitalist Society. Boston: Little Brown, 1974.

RICHARDS, Stephen. The New School of Convict Criminology Thrives and Matures. Critical Criminology, 2013, vol. 21, p. 375-387.

RHODES, Lorna. Toward an anthropology of prisons. Annual Reviews of Anthropology, 2001, vol. 30: p. 65-87.

RODRIGUEZ GOMES, Gregorio. Metodología de la investigación cualitativa. Málaga: Aljibe, 1996.

ROSS, Jeffrey; RICHARDS, Stephen. Convict Criminology. Belmont: Wadsworth, 2003.

ROSS, Jeffrey et al. Developing convict criminology beyond North America. International Criminal Justice Review, 2014, vol. 24(2), p. 121-133.

SÁ, Alvino Augusto. Criminologia clínica e execução penal. São Paulo: Saraiva, 2015.

SANTOS, Juarez Cirino. A Criminologia Radical. Rio de Janeiro: Forense, 1981.

TANNENBAUM, Frank. Crime and the Community. Boston: Ginn and Co., 1938.

TAYLOR et al. Critical Criminology. London: Routledge, 1973a.

TAYLOR et al. The New Criminology: For A Social Theory of Deviance. Nova York: Routledge & Kegan Paul, 1973b.

WACQUANT, Loic. Towards a dictatorship over the poor: Notes on the penalization of poverty in Brazil. Punishment and Society, 2003, vol.5(2), p. 197-203.

YOUNG, Jock. Sociedade Excludente: Exclusão social, criminalidade e diferença na modernidade recente. Rio de Janeiro: Revan, 2002.

ZAFFARONI, Raul. A questão criminal. Rio de Janeiro: Revan, 2013.

ZAFFARONI, Raul. A palavra dos mortos: conferências de criminologia cautelar. São Paulo: Saraiva, 2012.

ZAFFARONI, Raul. O inimigo no Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.

ZAFFARONI, Raul et al. Criminología y Crítica y Control Social: el poder punitivo del Estado. Rosario: Juris, 1993.

Fichiers supplémentaires

Publiée

2024-08-28

Comment citer

de Tolledo, V. (2024). A possível aplicação da “Comvict Criminology” nas prisões brasileiras. Journal Brésilien Des Exécutions Pénales, 5(1), 257–269. Consulté à l’adresse https://rbepdepen.depen.gov.br/index.php/RBEP/article/view/611