Grupos reflexivos com autores de violência doméstica e familiar na Central Integrada de Alternativas Penais de Novo Hamburgo: uma jornada possível para processos humanos menos violentos
Palavras-chave:
Alternativa penal, Grupo reflexivo de gênero, Eficácia na redução da reincidência criminalResumo
Este relato de experiência apresenta a implantação, a implementação e a eficácia da Central Integrada de Alternativas Penais de Novo Hamburgo, que opera grupos para autores de violência e têm o objetivo de conscientizar os participantes sobre a violência de gênero, promovendo responsabilização e desconstrução de estereótipos. Em Novo Hamburgo, desde 2019, o Grupo Reflexivo de Gênero
atendeu 219 homens e 1 mulher, com total de percentual zero de reincidência para o mesmo tipo de crime cometido. O grupo é conduzido por facilitadores capacitados em direitos humanos, gênero e Lei Maria da Penha. Os resultados apresentados destacam a eficácia da intervenção, indicando a necessidade de políticas públicas para institucionalizar tais projetos. O desafio reside
na necessidade de reconhecimento como política pública, com o Ministério Público recomendando a criação e operacionalização de grupos reflexivos.
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